domingo, 29 de março de 2015

O estudo taxonômico das plantas

         Há aproximadamente 3,5 bilhões de anos surgiram no planeta os primeiros seres vivos,unicelulares,procariontes e heterotróficos. Mais tarde, alguns deles tornaram-se capazes de produzir clorofila e sintetizar seu próprio alimento: eram os primeiros organismos autotróficos. Milhões de anos depois, surgiram os primeiros seres unicelulares e eucariontes. Alguns deles também eram clorofilados e foram as primeiras algas unicelulares e eucariotas da Terra; viviam na superfície do mar, onde havia abundância de tudo o que precisavam:luz,sais minerais,etc. Com o passar do tempo, essas algas proliferaram muito e algumas passaram a viver em colônias. Nesses agrupamentos,as células foram se tornando cada vez mais dependentes umas das outras até que puderam formar indivíduos pluricelulares.
    As algas pluricelulares do grupo das clorofíceas, ao que tudo indica, constituem a origem de todas as plantas terrestres. Por volta de 500 milhões de anos atrás, o clima esquentou e houve períodos de seca e várias plantas ficaram expostas ao ambiente terrestre. Nessa época surgiram plantas semelhantes às briófitas. Elas apresentavam estruturas para se fixarem no solo e absorver água e sais minerais.Possuíam também uma parte superior clorofilada, que realizava fotossíntese em presença de luz solar.Ao longo do tempo,em algumas plantas,ocorreram alterações que as tornavam mais adaptadas ao ambiente terrestre:estruturas mais rígidas de sustentação,epiderme mais espessa com estruturas que evitavam a desidratação,vasos que conduziam a água do solo para as partes aéreas de maneira mais rápida. Ou seja, mais evoluídas e adaptadas as condições que habitavam. 


    Como já vimos anteriormente no nosso blog, o processo de construção de uma linha e evolutiva de uma determinada espécie se da por meio de muito estudo, pesquisas e investigações. A classificação taxonômica através da comparação de características , estruturas e habilidades de cada ser vivo analisado e estudado , nos possibilita criar uma teoria com embasamento nas semelhanças encontradas entre espécies distintas e grupos semelhantes de um determinado reino, por exemplo.
    Atualmente , os níveis estruturais de algumas espécies de plantas é tão grande , que mal podemos imaginar que estes seres excepcionais possuem descendência com as alfas verdes.Apesar das plantas mais simples continuarem a prosperar, em especial em ambientes semelhantes àqueles em que evoluíram, cada novo nível de organização tornou-se, eventualmente, melhor sucedido, na maioria dos aspectos, que o seu predecessor. Isso , só mostra o sucesso evolutivo que esses seres vivos alcançaram. 



  A evolução das plantas segue a escala de tamanho e complexabilidade quanto as estruturas, de acordo com sua posição no cladograma evolutivo do reino. Tendo como ancestral comum as algas verdes, protistas que só sobreviviam na presença de água, nada mais normal que possuir como primeiro grupo a ser criado dentro do Reino Plantae, as Briófitas , plantas que são comumente associadas a ambientes úmidos e semi aquáticos,mostrando a proximidade quanto a necessidades e estruturas com seu ancestral comum.



Briófitas: São plantas de pequeno porte , que não possuem vasosos condutores . Assim, não tem raízes,caules nem folhas verdadeiras. Fixam-se ao solo por meio de filamentos chamados rizóides; possuem uma haste chamada caulóide , de onde partem estruturas denominadas filóides.A sucessão da evolução das plantas se mostra gradativo , porém de grande significância em relação aos saltos de complexabilidade entre a criação de cada novo grupo.


                                                                                                                                         As pteridófitas: São plantas que possuem raízes , caule e folhas, mas não produzem flores , sementes nem frutos. A dependência do meio aquático se torna mais distante, e estruturas mais complexas vão surgindo.                                                                                                                                                                                                              
As gimnospermas: Essas plantas possuem raízes,caule,folhas,flores e sementes , mas não produzem frutos.As flores reúnem-se em conjuntos chamados de estróbilos.Não dependem da água para a fecundação e possuem vasos para a condução de nutrientes. Mesmo com a ausência de frutos , representam um grande passo na escala evolutiva dos vegetais, com o  desenvolvimento de flores e sementes. 
                                             As Angiospermas: São plantas que possuem rízes,caule,folhas,flores,sementes e frutos. Assim, os frutos constituem uma exclusividade das angiospermas. Suas flores vistosas e chamativas, assim como a presença dos frutos são de grande importância na sua disseminação. 






domingo, 8 de março de 2015

MODIFICAÇÕES ATUAIS - DOMÍNIOS

        Através de novas pesquisas e novas descobertas as ciências vão se modificando e se atualizando; algo que era certo no passado pode não ser mais devido a novas comprovações que os cientistas desenvolveram e que provam a complicação do dito antigo. Assim com a taxonomia e a sistemática não seria diferente.
Até pouco tempo era utilizada a divisão de cinco reinos para classificar os seres vivos, em que os organismos procariontes permaneciam todos no reino Monera. Os outros organismo eram agrupados nos reinos Proctista, Fungi, Plantae e Animalia.
Estes cinco reinos foram estabelecidos a partir das características morfológica e fisiológicas dos seres vivos: Monera  Procariotos; Protista  Eucariotos unicelulares - Protozoários (sem parede celular) e Algas (com parede celular); Fungi  Eucariotos aclorofilados; Plantae  Vegetais; Animalia  Animais.
        
            Foi a partir da década de 70 que os cientistas começaram a estudar os genes de diversos organismo, utilizando novos equipamentos específicos para esta habilidade. Eles comparavam o material genético de vários organismo filogeneticamente separados, buscando novas relações de parentesco e assim tornar as árvores filogenéticas mais específicas ainda acerca do desenvolvimento dos seres vivos.
Carl Woese utilizou uma técnica inovadora que lhe prometeu observar a sequência de nucleotídeos de DNA responsáveis pela síntese de RNA ribossômico. Suas conclusões foram que os procarionte, antes agrupados todos no Reino Morena, não era um grupo coeso de acordo com a evolução e ao agrupar qualquer organismo procarionte seria um grupo parafilético (não natural). Analisaram organismos conhecidos como bactérias e arqueobctérias, e concluíram que estes diferenciavam-se tanto entre si que não poderia estar agrupados no mesmo grupo. Ainda, comparando-os outros seres vivos de diferentes reinos, perceberam que as arqueobctérias, mesmo sendo procariontes, eram mais próximas dos eucariotas do que as bactérias desprovidas de carioteca. 
Assim Woese propôs uma nova classificação dos seres vivos, dividindo o reino parafilético Monera em dois grupos Monofiléticos e incluindo todos os outros reinos em um só grupo. Dessa forma o reino Monera foi extinto e definiu-se uma nova categoria taxonômica -- os três domínios: O Domínio Bacteria contendo um reino, o Reino Eubacteria, o Domínio Archaea contendo um reino, o Reino Archaebacteria, e o Domínio Eukarya contento quatro reinos, Protoctista, Fungi, Animalia e Plantae.





Observando cladogramas

Observe que:
-A característica 1 é a mais antiga, que veio do ancestral comum a todos, portanto uma Plesiomorfia.
-A característica 2 é apenas dos grupos dos símios do novo mundo, nenhum outro táxon possui esta característica, e é uma novidade evolutiva para esse grupo, portanto uma Apomorfia.
-A característica 3 e 4 é comum a todos os descendentes, uma característica nova, mas que todos herdarão, assim uma Sinapomorfia.

   Neste Cladograma o pulmão é uma Plesiomorfia do rato, pois já estava presente em um ancestral mais antigo, que originou lagartixa e rato. A presença de pêlo é uma Apomorfia de rato, pois surgiu no grupo dos ratos, não estava presente em ancestral anterior a ele. 
Atenção: estes conceitos podem variar por característica dependendo dos grupos que estão sendo avaliados, em relação a um táxon a característica pode ser antiga, uma Plesiomorfia, mas em relação a outro pode ser uma Apomorfia. Ou seja, essas denominações podem dependem dos grupos abordados no Cladograma.
Por exemplo (desta confusão): todos os mamíferos possuem esqueleto, mas essa característica é mais antiga do que quando ocorreu a ramificação do clado dos mamíferos, pois outros vertebrados não mamíferos possuem esqueleto. Assim para os mamíferos o esqueleto é uma característica ancestral, uma Plesiomorfia, um caráter que se originou de um ancestral do táxon. Mas a presença de pelos e mamas não estava presente em seus ancestrais, este portanto é considerado uma característica nova, derivava, uma Apomorfia.
Observe que, se considerado o grupo dos vertebrados em relação a outras subfilo*****, o esqueleto é considerado um caráter novo derivado nos ramos que distinguem os vertebrados de outros animais, por isso uma Apomorfia. Mas DENTRO dos vertebrados, seriam uma Plesiomorfia para os grupos como peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
A partir de características primitivas e derivadas os cientistas são capazes de montar uma árvore filogenética da seguinte maneira:
Selecionados os seres a seres avaliados e uma série de características. Comparando os membros entre si podemos determinar quais características foram derivadas em vários pontos de ramificação da árvore filogenética. 
Lembre-se que uma árvore filogenética representa uma hipótese dos cientistas de como ocorreu as relações de evolução entre os seres vivos, e pode-se dizer que a mais correta é a que segue a maioria dos dados conhecidos. Mas por isso mesmo, deve ser modificada quando novas evidências são descobertas.






Construções de árvores filogenéticas: Métodos da Cladística


O primeiro passo para montar uma árvore filogenética é distinguir estruturas análogas de homólogas, lembrando que a filogenia basea-se na evolução de parentesco dos seres vivos. Os biólogos utilizam-se da Cladística para assim reconstruir a história evolutiva, analisando as evidências evolutivas (homologias), características primitivas (Plesiomorfia) e características derivadas (Apomorfia), comparando os organismo de estudo (Grupo Interno) com os organismos que são parentes mais próximos e que se originaram antes (Grupo Externo). Utilizam-se diagramas que representam a evolução entre os seres vivos chamado de Cladograma.


- Raiz - Ser ancestral - Terminais - grupo de seres vivos em analise. - Ramos - eventos anagênicos, representados pelas linhas. - Nós e inter-nós - evento cladogenético.
Com a Cladística, os organismos são separados em Clados que inclui o ser ancestral e todos seus descendentes. Semelhante aos Táxons da Taxonomia. Mas um táxon apenas valerá tal qual um clado se este último for monofilético:
-Monofilético: engloba a espécie ancestral e todos os seus descendentes -Parafilético: engloba a espécie ancestral, mas não todos os seus descendentes. -Polifilético: engloba organismo com ancestrais diferentes.
     Quando uma nova espécie é descoberta pelos cientistas, percebe-se que o grupo onde ela será encaixada, antes de sua descoberta era considerado monofilético. Mas a nova espécie estava de fora, então, quando soube-se destes organismo, o grupo passaria a ser considerado parafilético. Na natureza não existem grupos parafilético, estes são artificiais, pois não considera a relação evolutiva dos seres, e devem ser corrigidos. Assim, para que não acha erros, os cientistas devem incluir no grupo a nova espécie para que este permaneça completo com todos os seus descendentes conhecidos.
Ao conhecer estes conceitos analise os Cladogramas abaixo:
http://evolucionismo.org/profiles/blogs/filogenia-mastigada-3-grupos-monofil-ticos-e-merofil-ticos-e-a .



             O Cladograma da esquerda destaca o grupo dos répteis, e perceba que as aves compartilham um ancestral comum com os crocodilos, de fato são parentes mais próximos destas do que dos lagartos (alguns répteis primitivos possuíam penas!), mas as aves não são incluídas no grupo dos répteis.
A classe dos répteis é caracterizada de seres ectodérmicos (de sangue frio - dependem do calor do ambiente externo para regular a sua temperatura corpórea), tem o corpo coberto por escamas, fazendo parte do grupo dos Aminiotas (com ovo amniótico alantoidial -- répteis, aves, mamíferos). Nessa classificação a classe Reptilia permanece parafilético por não incluir um de seus descendentes, as aves.
Quando abordamos o grupos dos endomérticos (sangue quente -- mantém sua temperatura corpórea independente do ambiente), inclui-se as aves e os mamíferos. No entanto este seria um grupo polifilético por incluir grupos de ancestralidade próxima diferente.

Com a montagem de uma relação de descendência com modificações nos seres, nota-se características que os organismo compartilham com seus ancestrais, assim como novas características, que os diferenciam dos outros grupos. A primeira é chamada Plesiomorfia (característica primitiva) e a segunda é a Apomorfia (característica derivada).
-Plesiomorfia: é a característica primitiva do ancestral e comum a todos seus descendentes, não sendo única de um grupo, não caracterizando-o. Para se estabelecer uma Plesiomorfia é necessária a comparação da linhagem estudada (grupo interno) com uma linhagem supostamente aparentada filogeneticamente (grupo externo) para se detectar o grupo mais primitivo, mais ancestral.
-Apomorfia: característica derivada, uma novidade evolutiva de caráter homólogo e que caracteriza um grupo em relação a seu ancestral, diferenciando-o.
-Sinapomorfia: caracteres homólogos apomórficos compartilhados por dois ou mais táxons. Seria uma novidade evolutiva compartilhada por todos os descendentes de um ancestral comum. É a situação que se observa quando dois táxons apresentam o mesmo caractere e este representa uma forma derivada apomórfica frente a outra ancestral plesiomórfica. Ex.: mandíbula (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Apenas as Sinapomorfia constituem argumentos válidos em favor da monofila de grupos de táxons que as compartilham.

Dedução das relações evolutivas:


Quando os biólogos buscam relações de parentesco entres os seres vivos ele formulam uma hipótese baseada em várias informações coletadas sobre morfologia, genes e bioquímica dos organismos em análise, procurando aspectos que refletem uma ancestralidade comum. O objetivo é encontrar padrões semelhantes entre diferentes espécies partindo-se da seguinte ideia: espécies que compartilham de estruturas correspondentes, herdaram-nas de um ancestral comum que tiveram no passado.
Semelhanças originadas de um ancestral comum são chamadas de Homologias. Podem ser estruturas de mesma função ou não. Exemplo é a comparação do braço do homem, da asa do morcego e da nadadeira da baleia: a semelhança na estrutura óssea leva os biólogos a concluírem que estes animais herdaram-na de um ancestral em comum, assim todos estão agrupados num mesmo grupo, os mamíferos. As funções distintas devem-se as diferentes adaptações dos seres vivos ao ambiente em que vivem, processo conhecido como divergência evolutiva.
A dificuldade está quando comparadas estruturas a principio semelhantes, mas que na verdade se adaptaram de forma parecida devido as mesma limitações ambientais. Essas semelhanças são chamadas de Analogias e se dão por convergência evolutiva, ou seja, durante a evolução, a adaptação a um determinado ambiente pode selecionar organismo pouco aparentados, mas que apresentam estruturas e formas semelhantes.
Para exemplificar pode-se citar a asa de um pardal (ave) e de um mosquito (inseto); a nadadeira de um tubarão (peixe) e de uma baleia (mamífero); as toupeiras norte-americanas (eutérios) e as toupeiras australianas (marsupiais). Todos estes então têm linhagens evolutivas diferentes,mas se adaptaram a estilos de vida semelhantes.
Para saber se uma estrutura é homóloga ou análoga são utilizados registros fósseis ou também a comparação de estruturas semelhantes complexas, pois é quase improvável que estruturas muito complexas e com muitos detalhes em comum tenham tido origens diferentes por convergência evolutiva, sendo mais provável a evolução a partir de um ancestral comum do qual herdaram essa característica complexa.
Com o objetivo da construção de uma árvore filogenética, é essencial a diferenciação entre estruturas homólogas e análogas, permitindo identificar a ancestralidade mais próxima e mais distante. Analise uma comparação da adaptação para o voo do morcego e da ave: a análise superficial poderia levar a conclusão de que estes são mais semelhantes entre si do que o morcego e um cachorro por exemplo. Porém o estudo das estruturas das asas destes animais demonstram que as assas dos morcegos são mais parecidas com as patas dianteiras do cachorro do que com a ave. A ancestralidade da ave e dos morcegos é mais antiga, se deu antes do que a do morcego e dos mamíferos, eles tem origem no mesmo ancestral comum tetrápode incapacitado de voar. A habilidade de voo de cada um foi desenvolvida independentemente, de acordo com registros fósseis, e enquanto o morcego voa a partir a partir de membranas esticadas, as aves utilizam-se de suas penas. A conclusão desta análise é que a estrutura óssea do morcego e da ave é sim homóloga, afinal, esta herdaram do mesmo ancestral tetrápode. Porém, como cada um desenvolveu a habilidade de voo a sua maneira, esta característica é análoga.

Classificação + Filogenia


Para representar a história evolutiva de um grupo de seres vivos utiliza-se um diagrama ramificado chamado de árvore filogenética, que geralmente coincide com a classificação hierárquica dos grupos, ou seja, os estudos filogenéticos são a história evolutiva dos grupos taxonômicos. Em alguns casos os taxonomistas podem em um mesmo grupo colocar organismos que não sejam intimamente relacionados, e cabe aos sistemáticos que avaliam a condição evolutiva chegar a um consenso de constatação de erro e, então, reclassificar os seres para seguir um padrão evolutivo.

Filogenia na prática:

A filogenia é a principal estrutura para a avaliação de evidência evolutivas O estudo da filogenia de uma espécie fornece aos biólogos uma série de informações utilizadas para as atividades humana:
  • Comparação entre organismo diferentes Engenharia genética: a descoberta de parentesco entre vegetais, por exemplo, permite manter um reservatório de genes benéfico para a construção de trangênicos, melhorando a cultivação de alimentos.
  • Testar hipóteses biogeográficas.
  • Inferir informações “extintas”.
  • Rastrear evolução de doenças, evitando epidemias
  • Casos criminais - Combate ao Bioterrorismo está relacionado a pequenos grupos ou indivíduos que têm como objetivo prejudicar outros indivíduos de uma determinada região ou com uma dada característica, utilizando para isto meios mais simples para disseminação dos agentes biológicos. Um dos casos mais conhecidos é a da bactéria antraz (Bacillus Anthracis). A utilização de árvores filogenéticas permite identificar a linhagem do causador patológico e assim conduzir à fonte de ataques.


Para saber mais :




Como surge uma nova espécie? Especiação:


A palavra espécie vem do latim e significa "tipo" ou "aparência." Para determinar uma espécie os biólogos comparam a morfologia e as seqüências de DNA, confirmando que espécies morfologicamente distintas são realmente grupos separados com muitas diferenças inclusive em seu DNA. 
Para definirmos espécie podemos utilizarmos do conceito biológico de Ernst Mayr: espécie é um conjunto de populações cujos membros têm o potencial de acasalar na natureza, produzindo prole viável e fértil, mas não consegue produzir prole fértil com membros de outro grupo. Assim a compatibilidade reprodutiva é o que une os seres de uma espécie. Dentro de uma espécie o fluxo gênico (transferência de alelos) entre as população é que permite que estes seres permanecem reprodutivamente ligados, mantendo a semelhança morfológica e gênica entre seus membro. Mas o conceito a cima têm suas limitações, por exemplo não podendo ser aplicado a espécies que se reproduzem assexuadamente como os procariontes; é mais voltada para o isolamente reprodutivo, desvalorizando a Seleção Natural. Para isso são desenvolvidos outros conceitos de de espécie:
  • -Conceito Filogenético de Espécie: espécie seria o menor grupo de indivíduos que compartilham um acestral (Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie).
  • -Conceito Morfológico de espécie: classifica os seres vivos pela forma do corpo e outras características estruturais. Pode ser aplicada a organismo de reprodução tanto sexuada quanto assexuada, porém é baseada em critérios subjetivos, onde uma característica importante em uma espécie para um cientista pode não ser para outro.
  • -Conceito ecológico de espécie: enfatiza o processo da seleção natural à medida que organismos se adaptam a diferentes ambiente, classificando os seres em termo de nicho ecológico, ou seja, como esse seres da mesma espécie interagem entre si e com o ambiente em que vivem. Aplicável a seres sexuados e assexuados.
O surgimento de novas espécies se dá pelo processo de Especiação: uma espécie se divide em duas ou mais espécies, formando novos grupos distintos entre si. A Especiação permite a enorme diversidade da vida; permite entender as diferenças entre os seres vivos mas também suas semelhanças, pois quando ocorre especiação, as novas espécies compartilham muitos genes da espécie anterior, pois são descendentes desta.  
Assim, de acordo com o conceito biológico de espécie de Ernst Mayr, a formação de novas espécies depende do isolamento reprodutivo (barreiras biológicas que impedem que seres de espécies diferentes reproduzam e tenham prole fértil). As barreiras biológicas podem ser de dois tipos: pré-zigóticas, evitando o cruzamento ou evitando a fertilização caso haja cruzamento pelo isolamento de habitat (nunca irão se encontrar), isolamento temporal (épocas reprodutivas distintas), isolamento comportamental (rituais de acasalamento distintos), isolamento mecânico (diferenças morfológicas) e isolamento gamético (gametas não se fertilizam); Se o espermatozóide de uma espécie conseguir ultrapassar essas barreiras para fecundar o óvulo de outra espécie, os seres desenvolveram outro tipo de barreira pós-zigótico, quando inclusive nasce um ser híbrido originário de duas espécie, mas este ser não é fértil, não podendo gerar uma nova espécie a partir do cruzamento de duas anteriores um híbrido tem sua viabilidade reduzida (mal desenvolvimento impedindo a sobrevivência), não fértil (cromossomos de seus pais diferem no número ou na estrutura) ou colapso do híbrido (quando a primeira geração é fértil mas seus descendentes não).
O isolamento reprodutivo ocorre a partir da diminuição do fluxo gênico entre as populações. Quando a especiação ocorre por Cladogênese é porque a diminuição do fluxo gênico foi desencadeada pelo isolamento geográfico -- por exemplo: um rio mudar seu curso atravessando um habitat e separando animais que não conseguem atravessá-lo, deriva continental, ficando os seres em alopatria (diferente local de nascimento). Assim o fluxo gênico diminui entre as duas populações separadas, levando a ocorrência de mutações genéticas que ocorrem em uma população não ocorram em outra e a adaptação a ambientes (Seleção Natural) diferentes leva à diversificação dos isolados populacionais, de modo que seus genes, características morfológicas e fisiológicas vão se tornando cada vez mais diferentes, chegando ao isolamento reprodutivo e determinando uma nova espécie. 
Quando a especiação ocorre por Anagênese não há isolamento geográfico, os indivíduos permanecem em simpatria (mesmo local de nascimento) quando ocorre um acidenta na divisão celular modificando os cromossomos ou mudanças dentro do habitat, assim uma espécie pode originar uma subespécie mais adaptada ao ambiente e extinguindo a espécie anterior.

Ciência Viva

      Para abrir o blog vamos abordar um dos ramos mais importantes da Biologia que permitiu o estudo de todos os seres vivos e assim tornou possível o desenvolvimento de tantas outras áreas desta ciência tão incrível que é o estudo da vida. 
      


      SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA E TAXONÔMICA

O contínuo da vida estende-se desde o organismo mais primitivo até os muitos grupos existentes atualmente. Na biologia analisamos a diversidade de seres vivos no planeta e buscamos entender como surgiu essa grande variedade de espécies.
Neste enfoque de estudo trabalha-se com a Filogenia que considera a história evolutiva dos seres vivos e as relações de ancestralidade que deram origem aos vários grupos existentes. 
Cria-se hipóteses que se baseiam na comparação morfológica, gênica,de comportamentos,dentre outras, entre os seres vivos para descrevermos como ocorreu tal evolução. Porém procura-se observar um padrão na evolução,algo que deixe uma pista para solucionarmos este grande mistério que a complexibilidade da vida é para nós. Dentro da Sistemática (área da biologia focada na classificação dos seres vivos e na determinação de suas relações evolutivas), e juntamente com a Taxonomia (que nomeia e descreve os seres vivos para organizá-los em determinados grupos para possibilitar os estudos) podemos iniciar um trabalho investigativo à árvore da vida.

Importância da Classificação:

Apesar de parecer uma atividade exclusivamente humana, a classificação é mais que comum para a vida primitiva dos seres vivos.É natural e típico observarmos na maioria das espécies a importância de algum tipo de classificação no seu habitat.Os próprios animais separam os organismos ao seu redor, por exemplo :
-Se é alimento ou não -Se o alimento é venenoso ou comestível -Quem são os animais competidores, parceiros em potencial, inimigos ou presas -Se é animal é herbívoro ou carnívoro
Enfim, a separação dos organismos, a classificação dentre diversas categorias é algo que ja se faz presente na base instintiva da vida. Isso ocorre com o intuito de aumentar sua sobrevivência com a prole, sendo então um hábito instintivo e uma adaptação (de caçadores e coletores principalmente). Contudo a classificação feita pelo homem é mais complexa, utilizando-se por exemplo nomes em latim e analisando estudos sobre evolução. O homem é um animal classificador, pois sua sobrevivência é atribuída a capacidade de reconhecer as similaridades e diferenças em seu habitat e marcá-las utilizando-se de uma de suas características fundamentais: a linguagem.

      Histórico da Classificação:

     " O sistema de classificação de Lineu não considera essas relações, uma vez que acreditava que todas a espécies eram as mesmas desde a criação divina, classificando-as de acordo com algumas semelhanças, apenas. " A Filogenia nasceu em 1966, com a publicação do livro “Phylogenetic Systematics”, por Hennig, como forma de implementar os conceitos de ancestralidade e descendência dentro de um contexto evolutivo, descritos por Darwin. Ela considera relações de ancestralidade comum entre grupos, representando uma hipótese dessas, baseada em estudos morfológicos, comportamentais, moleculares, etc. 
    Considerando a Terra primitiva, com descargas elétricas, altas temperaturas, ação de raios UV, etc., dando origem a uma primeira célula procarionte e heterotrófica, podemos considerá-la o ponto inicial da origem de todos os seres vivos.
    As árvores filogenéticas são diagramas que representam essas relações de ancestralidade e descendências, consistindo em linhas que se bifurcam de acordo com a existência no passado de um evento que transformou uma espécie em duas novas espécies. A junção desta bifurcação chama-se nó, onde representa esse momento de diversificação e o ancestral em comum das espécies que se localizam na ponta de cada uma das bifurcações.Na filogenia, grupo de espécies com um ancestral em comum exclusivo e grupo que contém todos os descendentes de um ancestral comum, chama-se monofilético. Espécies que são descendentes de ancestrais distintos fazem parte de um grupo polifilético.
    Nessa abordagem, os grupos são sempre monofiléticos e podemos considerar, em um sentido mais amplo, que todos os seres vivos formam um, visto que todos compartilham um único ancestral. Crocodilos compartilham ancestral comum com aves e lagartos. Porém, tem em comum com as aves algo mais próximo do que com os lagartos. Desta forma, a Classe Reptilia é parafilética e essa divisão pode ser chamada de artificial, uma vez que não considera a relação evolutiva entre os seres.

Fontes: livros Biologia Amabis e Martho; e Biologia - 8ª Ed. 2010 - Neil Campbell