domingo, 8 de março de 2015

Construções de árvores filogenéticas: Métodos da Cladística


O primeiro passo para montar uma árvore filogenética é distinguir estruturas análogas de homólogas, lembrando que a filogenia basea-se na evolução de parentesco dos seres vivos. Os biólogos utilizam-se da Cladística para assim reconstruir a história evolutiva, analisando as evidências evolutivas (homologias), características primitivas (Plesiomorfia) e características derivadas (Apomorfia), comparando os organismo de estudo (Grupo Interno) com os organismos que são parentes mais próximos e que se originaram antes (Grupo Externo). Utilizam-se diagramas que representam a evolução entre os seres vivos chamado de Cladograma.


- Raiz - Ser ancestral - Terminais - grupo de seres vivos em analise. - Ramos - eventos anagênicos, representados pelas linhas. - Nós e inter-nós - evento cladogenético.
Com a Cladística, os organismos são separados em Clados que inclui o ser ancestral e todos seus descendentes. Semelhante aos Táxons da Taxonomia. Mas um táxon apenas valerá tal qual um clado se este último for monofilético:
-Monofilético: engloba a espécie ancestral e todos os seus descendentes -Parafilético: engloba a espécie ancestral, mas não todos os seus descendentes. -Polifilético: engloba organismo com ancestrais diferentes.
     Quando uma nova espécie é descoberta pelos cientistas, percebe-se que o grupo onde ela será encaixada, antes de sua descoberta era considerado monofilético. Mas a nova espécie estava de fora, então, quando soube-se destes organismo, o grupo passaria a ser considerado parafilético. Na natureza não existem grupos parafilético, estes são artificiais, pois não considera a relação evolutiva dos seres, e devem ser corrigidos. Assim, para que não acha erros, os cientistas devem incluir no grupo a nova espécie para que este permaneça completo com todos os seus descendentes conhecidos.
Ao conhecer estes conceitos analise os Cladogramas abaixo:
http://evolucionismo.org/profiles/blogs/filogenia-mastigada-3-grupos-monofil-ticos-e-merofil-ticos-e-a .



             O Cladograma da esquerda destaca o grupo dos répteis, e perceba que as aves compartilham um ancestral comum com os crocodilos, de fato são parentes mais próximos destas do que dos lagartos (alguns répteis primitivos possuíam penas!), mas as aves não são incluídas no grupo dos répteis.
A classe dos répteis é caracterizada de seres ectodérmicos (de sangue frio - dependem do calor do ambiente externo para regular a sua temperatura corpórea), tem o corpo coberto por escamas, fazendo parte do grupo dos Aminiotas (com ovo amniótico alantoidial -- répteis, aves, mamíferos). Nessa classificação a classe Reptilia permanece parafilético por não incluir um de seus descendentes, as aves.
Quando abordamos o grupos dos endomérticos (sangue quente -- mantém sua temperatura corpórea independente do ambiente), inclui-se as aves e os mamíferos. No entanto este seria um grupo polifilético por incluir grupos de ancestralidade próxima diferente.

Com a montagem de uma relação de descendência com modificações nos seres, nota-se características que os organismo compartilham com seus ancestrais, assim como novas características, que os diferenciam dos outros grupos. A primeira é chamada Plesiomorfia (característica primitiva) e a segunda é a Apomorfia (característica derivada).
-Plesiomorfia: é a característica primitiva do ancestral e comum a todos seus descendentes, não sendo única de um grupo, não caracterizando-o. Para se estabelecer uma Plesiomorfia é necessária a comparação da linhagem estudada (grupo interno) com uma linhagem supostamente aparentada filogeneticamente (grupo externo) para se detectar o grupo mais primitivo, mais ancestral.
-Apomorfia: característica derivada, uma novidade evolutiva de caráter homólogo e que caracteriza um grupo em relação a seu ancestral, diferenciando-o.
-Sinapomorfia: caracteres homólogos apomórficos compartilhados por dois ou mais táxons. Seria uma novidade evolutiva compartilhada por todos os descendentes de um ancestral comum. É a situação que se observa quando dois táxons apresentam o mesmo caractere e este representa uma forma derivada apomórfica frente a outra ancestral plesiomórfica. Ex.: mandíbula (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos). Apenas as Sinapomorfia constituem argumentos válidos em favor da monofila de grupos de táxons que as compartilham.

Nenhum comentário:

Postar um comentário